domingo, 4 de janeiro de 2009

Caso do Caso

Caso do Caso


cada caso
cada coisa
que me passam na lousa
e o padre pediu a mão da noiva
assim de repente
na frente dos convivas
ela não deu
o caso
a coisa
o ocaso
o acaso
o caso não caso
aí o noivo disse:
— desisto!
não caso


Esse já nasceu assim, pronto, não troquei uma vírgula. Certa vez um editor que teve acesso a alguns dos meus primeiros poemas numa editora de Brasília disse-me que nem tudo era ludismo. Depois de declamar um poema longo de sua autoria, ele escreveu o nome de vários poetas numa das dezessete páginas que eu levara, disse que era para eu ler todos eles. Dos que ele escreveu, só Cecília Meireles eu ainda não havia lido, isso foi em 1991 no Setor de Gráficas.