Começo com um pedaço
do paraíso, ultrapasso
algumas barreiras, com tenacidade
conto um caso na telinha que
mais parece um pandemônio, passo pelo carnaval com a alma
vazia e num instante de ludismo brilho
na cor pois aparece uma mulher que gosta
de goiaba e não quer sair do meu papel, com harmonia tento
conter a tentação maluca escrevendo com tinta preta em andanças e até
pesadelos, sonho com um craque da bola, com reunião de cores,
uma queda vista que não saiu do zero, lembro de uma perda, afogo as mágoas na boemia vendo paisagens
murchas, acho defeito num conserto e vejo um colega do garimpo partir, ah!, décadas amargas,
faço planos, passo por Boituva,
vejo chapéus estranhos numa rodoviária, o tempo se fecha e logo após tenho um momento sublime ao ver uma vendedora morena que foi se chegando como num baile, que
nada, de manhã, descobertas que não se confirmaram, quando dei por
mim, já era horário de
verão e olhando pela janela
vi um craque da vila e uma morena que ocultava os mundos,
procurei sossego, voltei para o sofá, peão da vida, fecha-pagode, vida-dura,
lembrei das loiras e da chuva do caju
que não veio, à noite dancei, condições humanas e com os caminhos
fechados voltei ao carnaval
com a Vila Isabel, depois, numa fração de minuto lembrei-me de casa e, sem o som de um berrante,
contentei-me com um chicle de alcaçuz
e anis.